Não importa o tamanho e nem a aparência do nódulo encontrado na pele do seu cão. SEMPRE leve para o veterinário examinar. Principalmente se o seu cão for idoso.
Sempre fique atento:
- Nódulos pequenos ou grandes que estão constantemente inflamados (vermelhos).
- Nódulos que aumentam de tamanho.
- Nódulos escuros.
- Nódulos que sangram e/ou que liberam secreção.
MASTOCITOMA
Os Mastocitomas são os tumores cutâneos mais comuns no cão. Estão localizados geralmente na pele ou na região subcutânea (logo abaixo da pele). São encontrados em cães idosos mas já foram encontrados em cães jovens. Existem algumas raças que são mais afetadas: Boxer, Boston Terrier, Pug, Labrador, Terriers, Beagle. Não existe predileção por sexo e a causa ainda é desconhecida.
Em torno de 85% a 90% dos cães com mastocitoma apresentam nódulos solitários e nem todos os pacientes com nódulos múltiplos apresentam metástase (quando o tumor espalha para outros locais).
A aparência e o crescimento dos mastocitomas varia muito. Alguns nódulos ficam logo abaixo da pele, não são ulcerados (sem lesão) e podem ter ou não pelos. Apresentam crescimento lento, por mais de 6 meses e diâmetro menor que 4 cm. Outros podem ser nódulos grandes, ulcerados e inflamados. Apresentam crescimento rápido, menos de 3 meses.
Os mastocitomas caninos são muito variáveis, não sendo possível prever o seu comportamento baseado somente na aparência clínica.
Sintomas
Os sinais clínicos podem ser variáveis, ocorrem de acordo com o comportamento do tumor. Alguns tumores podem permanecer por meses ou anos antes de espalhar rapidamente, enquanto outros agem agressivamente desde o seu aparecimento.
Aproximadamente 6% dos cães apresentarão múltiplos mastocitomas cutâneos. A maioria desses tumores não implica em sintomas clínicos, no entanto, podem estar presentes sinais relacionados à liberação de heparina, histamina e outras aminas vasoativas (substâncias responsáveis pelos sintomas de inchaço e irritação presentes nas alergias).
A manipulação do tumor ou mudanças extremas na temperatura podem levar à degranulação (sensibilização das células, que liberam substâncias responsáveis pela inflamação) dos mastócitos, o que leva a formação de eritema local ( pele vermelha) e até úlceras gastrointestinais, causando falta de apetite, vômito e fezes moles com sangue.
O tumor pode aumentar e diminuir de tamanho em 24h, comum no mastocitoma.
Pode estar presente nos órgãos sem acometimento cutâneo, apesar de ser incomum, nesse caso o prognóstico é ruim.
Diagnóstico
Feito através de exame citológico, por punção aspirativa do nódulo por agulha fina.
A citologia é muito importante, ela indica o tipo de neoplasia e também o seu grau de agressividade, isso afeta muito o tratamento.
Após o diagnóstico citológico fazemos o estadiamento da doença para determinar a extensão desta no organismo. Este é feito através do exame físico completo e exames complementares (hemograma, bioquímica, citologia dos linfonodos regionais) e ultrassonografia abdominal.
Os mastócitos tumorais podem invadir os linfonodos regionais, o baço, o fígado e finalmente chegar a medula óssea. A evidência de esplenomegalia (aumento de baço) e hepatomegalia (aumento de fígado) pode indicar que o tumor já está disseminado e pode ser necessária a citologia desses órgãos para confirmar o diagnóstico. Podem ser necessários outros exames, como radiografias torácicas e exame da medula óssea para saber se já ocorreu a disseminação. O estadiamento é importante em pacientes que tem indicação de uma cirurgia agressiva, como amputação ou radioterapia.
Tratamento
O tratamento do mastocitoma envolve cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Isoladamente ou em conjunto. Após o diagnóstico com citologia ou biópsia e o estadiamento ser realizado, evidenciando ausência de metástases distantes, o tratamento de escolha é a cirurgia.
A excisão cirúrgica deve ser realizada com margens amplas de 2 a 3 cm em volta do nódulo. Além disso, o tecido abaixo do nódulo também deve ser removido. A radioterapia e/ou quimioterapia são recomendadas quando não é possível a remoção completa do tumor.
Prognóstico
Pode ser estimado com informações provenientes do exame histopatológico (biópsia) e avaliação das margens cirúrgicas.
As taxas de recorrência para os mastocitomas removidos completamente variam de 5% a 20%. Já para os tumores removidos incompletamente as taxas variam de 25% a 40%. Portanto, nos casos de remoção incompleta do mastocitoma é recomendada a quimioterapia e/ou a radioterapia, quando esta for acessível.