Os cães braquicefálicos ou de focinho curto apresentam alterações anatômicas que prejudicam muito a sua respiração.
Este problema é conhecido como a síndrome respiratória dos cães braquicefálicos.
Raças de cães braquicefálicos: Bulldog inglês e francês, Shih Tzu, Lhasa Apso, Pug, Boxer, Maltês, Pequinês, Boston Terrier, entre outras.
Anormalidades encontradas:
- Narinas estreitas (48%)
- Palato mole alongado (80%);
- Sáculos laríngeos evertidos (48%);
- Colapso laríngeo;
- Em algumas raças, traqueia hipoplásica ou estreita.
A síndrome é importante devido à gravidade dos sintomas e em seu potencial risco de morte. Sendo que a gravidade da doença varia de acordo com as combinações das alterações anatômicas encontradas nos animais. O estreitamento das narinas e o prolongamento de palato mole podem ser diagnosticados em animais jovens.
Sintomas
Muitos cães braquicefálicos são afetados por vários tipos de obstrução. Os sintomas podem variar de suaves a severos, vai depender da dificuldade da passagem do ar pelas vias aéreas superiores.
- Respiração ruidosa
- Estridores e estertores, que são ruídos de bolhas na região do pulmão
- Tosse
- Alteração vocal
- Tentativas de vômito
- Engasgos
- Espirros reversos
- Intolerância ao exercício
- Dificuldade respiratória
- Mucosas pálidas ou cianóticas (azuladas)
- Agonia respiratória
- Desmaio
Acredita-se que o gene responsável pelo encurtamento do focinho não afeta os tecidos moles, com isso, o palato mole se mantém alongado. Em cães que apresentam este prolongamento, o tecido se estende além da borda da epiglote causando obstrução e interferindo na respiração, originando ainda, com a vibração do tecido pela passagem de ar, um inchaço inflamatório na faringe.
Uma característica típica e facilmente reconhecível das narinas mais obstruídas é o estreitamento do orifício nasal que fica reduzido a uma pequena fenda, visível do exterior.
Essas alterações anatômicas impedem o fluxo de ar através das vias aéreas superiores, causando sintomas clínicos muito característicos, ou seja, respiração ruidosa, cianose (mucosas azuladas por falta de oxigenação) e em casos mais graves, desmaios.
Os cães se tornaram braquicefálicos em consequência da criação seletiva intensiva, com isso, o tamanho do nariz tem sido reduzido de tal forma que prejudicou gravemente o seu funcionamento.
Para o cão, a redução drástica da respiração nasal significa a perda do seu principal órgão termorregulador, impedindo-o de liberar o calor corporal em quantidade suficiente, levando a um aumento da temperatura corporal interna, passível de produzir colapso e morte. Esse problema pode ser ainda mais grave em locais onde a temperatura ambiente é mais elevada.
A redução da estrutura óssea de um órgão para menos de um terço do seu tamanho normal foi alcançado devido a criação seletiva, o que provocou, inevitavelmente, consequências importantes nas estruturas. Esta alteração não só diminuiu as dimensões das cavidades nasais, como também provocou um decréscimo patológico da cavidade oral. A língua, proporcionalmente comprida e espessa, não tem normalmente espaço suficiente dentro da boca. Esse aumento das partes moles da faringe desencadeia o estreitamento das vias de passagem do ar, o que tem importantes consequências funcionais ao nível da respiração. Na laringe também ocorrem alterações. Praticamente todos os sinais clínicos observados em cães braquicefálicos são explicáveis pela malformação das vias aéreas superiores e consequente insuficiência respiratória.
Tratamento: cirúrgico, palatoplastia e rinoplastia.
A criação seletiva para obtenção de determinadas características específicas visando unicamente a estética deformou de tal forma a cabeça das raças braquicefálicas que a saúde e o bem-estar estão comprometidos em um número cada vez maior de animais.
Fonte: https://home.unicruz.edu.br/seminario/downloads/anais/ccs/alteracoes%20anatomicas%20em%20caes%20com%20sindrome%20braquiocefalica.pdf
Os cães de focinho curto já possuem uma certa dificuldade respiratória normalmente, portanto, evite ao máximo situações que deixem o cão ofegante:
- Stress
- Ambientes abafados ou muito quentes.
- Exercícios: toda a atividade física deve ser leve e depende do grau de obstrução de cada cão.
- Passear com o cão no sol.